quinta-feira, maio 31

Cinema, pessoas ilustres e bom-humor

Sabe uma situação digna de sonho? Aconteceu comigo outro dia. Era um sábado à noite, eu estava no Santa Roza e assistia a premiação de um festival de cinema. Na platéia, há poucos metros de mim, Ariano Suassuna, Selton Melo, Mateus Natchergaele, Paulo José, Walter e Wladimir Carvalho e algumas figuras da qualidade de Lírio Ferreira. Não fosse o fato de todos terem alguma relação com o cinema, este seria um sonho tipicamente nonsense. Ainda mais estranho é reconhecer que nem mesmo o meu subconsciente foi capaz de conceber uma criação desse porte e, por isso, deixou a cargo da própria realidade.

Até que eles são parecidinhos...

Pois assim foi o penúltimo dia, mais precisamente a noite de premiação, do Cineport (Festival de Cinema de Países da Língua Portuguesa) que aconteceu no início deste mês na Usina Cultural da Saelpa, agora sede do festival.

A primeira vez que eu pisei na Usina durante o Cineport foi na quinta-feira, seis dias depois dele começar. Já passava das 22h, eu acabava de chegar de Campina, cansaço era apelido, morria de dor de cabeça e de fome. Mesmo sem raciocinar direito,
senti na hora a importância daquele acontecimento para a nossa terrinha - até então desprovida de um festival nacional (muito menos internacional) de cinema. Tanto é que voltei nos dias seguintes. :)

Vi apenas os documentários “Cartola”, de Lírio Ferreira, e “O Senhor do Castelo”, de Marcus Vilar. Este último, uma honra. A fila para entrar na tenda dava voltas e voltas; a sessão contou com a presença do personagem documentado, Ariano Suassuna, e com a enorme euforia de uma platéia que reconhecia e admirava o escritor conterrâneo. Quando o vídeo terminou, o público enfim pôde extravasar a emoção contida durante os 70 minutos do vídeo. Aplausos venerados mostraram àquele senhor de 80 anos que ele não enfrenta uma batalha em defesa da língua portuguesa e dos valores regionais sozinho. Como diria Caetano, ‘foi liiiiiiiindo’. Ah, detalhe: a assessoria de imprensa de “O Senhor do Castelo” durante esse período era minha. :)

No mais, bons papos e boas companhias, inclusive a do meu namorado, que, pobrezinho, teve a “infelicidade” de trocar a redação da TV pela Usina Cultural da Saelpa para produzir, de lá, as matérias do festival para os JPB’s – isso durante uma semana.

(Walter Carvalho e Ariano)

Quem perdeu, faça o favor de não cometer essa injustiça em 2009.