Passei a vida inteira ouvindo uma cantada barata em que diz que nos “menores frasquinhos estão as melhores fragrâncias”. Pois bem, hoje uso essa expressão tão manjada para falar de algo extremamente original e belo: Pequena Miss Sunshine, filminho americano de baixo orçamento, indicado ao Oscar esse ano. “Menores frascos”, diga-se de passagem, em referência a ausência de efeitos e ao baixo custo de produção (míseros US$ 8 milhões), que acarreta numa porção de coisas que poderiam fazê-lo não chegar ao Bafta, ao Globo de Ouro e, muito menos, ao Oscar.
Pois chegou. E chegou com classe, concorrendo aos prêmios de Melhor Filme, Roteiro Original, Ator e Atriz Coadjuvantes. Ótimo! Viva o filme que mais me fez chorar em 2006! :)
Uma ajuda do adorocinema para facilitar minha vida: “O pai desenvolveu um método de auto-ajuda que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor suicida e o avô foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína. Nada funciona para o clã, até que a filha caçula, a desajeitada Olive (Abigail Breslin), é convidada para participar de um concurso de beleza para meninas pré-adolescentes. Durante três dias eles deixam todas as suas diferenças de lado e se unem para atravessar o país numa kombi amarela enferrujada.”
Eu já vi que a ingenuidade é algo que me comove muito. Assim foi com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e agora com Pequena Miss Sunshine.
O filme é uma comédia engraçadíssima, que beira a tragédia com muita sutileza. São tantas desgraças acontecendo em torno dessa família, que chega a ser cômico. E o melhor momento dessa tragicomédia acontece nos minutos finais do filme, quando, enfim, a pequena Olive concorre ao sonhado Miss Sunshine. Em respeito àqueles que não assistiram ainda, não vou comentar a cena, mas a sensação que ela causou em mim, ah, disso eu não posso me esquivar. Comecei a rir desesperadamente, assim como todos que estavam no cinema naquele dia. Quando me dei conta, já estava me derretendo em lágrimas, que, a princípio, poderiam até ser fruto da comédia, mas que depois ficou claro que elas estavam caindo dos meus olhinhos por culpa da enorme tragédia que aquilo tudo acarretava. Nossa! Despertou uma sensação extremamente nova em mim. E como é bom o ineditismo de uma sensação!
Um comentário:
Adorei seu relato de formanda. A propósito, espero que eu esteja incluída entre as amigas importantes que não puderam ir.
Quanto ao cabelo, que ficou bom, não tenha receios. Cabelo bom é bom por isso: permite excessos. Aqui, por exemplo, a última moda é cortar igual a Chitãozinho e Xororó. Patricinhada é bom por isso: permite que a rua seja um circo cotidiano.
Dia 14 (a 3 semanas) apareca na minha casa, sua infame! :*
Postar um comentário